sexta-feira, 10 de setembro de 2010

#16 [milagre no metrô - parte II]



Muitas graças darei ao Senhor com os meus lábios; louvá-Lo-ei no meio da multidão. Salmo 109:30

“Durante toda a conversa, parecia haver algo de familiar nesta história. Uma jovem senhora que eu conhecera recentemente na casa de amigos também era de Debrecen. Ela estivera em Auschwitz e de lá havia sido transferida para trabalhar em uma fábrica de munição.
Seus parentes morreram todos nas câmaras de gás. Mais tarde, foi liberta pelos americanos e veio aos Estados Unidos no primeiro navio de imigrantes, em 1946.


A história dela me comoveu tanto que resolvi anotar seu endereço e telefone, com o intuito de convidá-la para conhecer minha família, e assim ajudar a aliviar o terrível vazio de sua vida.

Parecia impossível haver qualquer conexão entre essas duas pessoas, mas, ao me aproximar de minha estação, folheei ansioso minha agenda de endereços. Então lhe perguntei se o nome de sua esposa era Marya.

Ele empalideceu. “Era! Como sabe?”

Agarrei-o pelo braço, descemos na estação seguinte e procuramos um telefone. Disquei o número dela, o telefone chamou várias vezes e, por fim, Marya Paskin atendeu.

Apresentei-me e lhe pedi para descrever seu marido. Ela o descreveu e quando lhe perguntei se já havia morado em Debrecen, ela me deu o endereço. Pedi-lhe que aguardasse na linha, me virei para Paskin e perguntei: “Você e sua esposa moravam em tal e tal rua?”

Ele tremia todo e disse que sim. “Tente se manter calmo, pois um milagre está para acontecer com você. Pegue o telefone e fale com sua esposa!”

Seus olhos brilhavam em lágrimas. Pegou o telefone, ouviu por um momento a voz da esposa, e então disse: “Aqui é o Bela! Aqui é o Bela!” e começou a balbuciar histérico.

Peguei o telefone de suas mãos e disse a Marya: “Fique onde está. Estou enviando seu marido a você.”

Bela chorava como um bebê e não parava de repetir: “É minha esposa. Vou ver minha esposa!” Pensei em acompanhá-lo, mas depois achei que não seria um momento próprio para a presença de um desconhecido. Coloquei-o num táxi, dei o endereço de Marya ao motorista, paguei a corrida e me despedi.

O encontro de Bela Paskin com a esposa foi um momento tão comovente que eles não conseguiam se lembrar do que aconteceu. Mais tarde, Marya me disse que quando desliguei o telefone, ela foi se olhar no espelho para ver se os seus cabelos já estavam grisalhos. E então um táxi parou à porta de sua casa e seu marido veio em sua direção.

Teria sido tudo isso uma incrível sucessão de acasos e coincidências, ou Deus interferiu para que esse casal se reencontrasse? (Paul Deutschman)

Retirado das Meditações Diárias 2010 - Casa Publicadora Brasileira

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